TORONTO- Conheci o José Cesário e a Paula Medeiros há alguns anos, quando duma forma ampla, nos debruçamos sobre assuntos relacionados com a comunidade portuguesa e a sua integração na sociedade canadiana e em particular, abordamos as formas como essa integração parecia ter estabelecido uma forte relação de trabalho com a comunidade italiana. 

Na altura, a Dra. Medeiros trabalhava no Consulado de Portugal em Toronto. “Compartilhamos coisas semelhantes características e valores que nos tornam potenciais cidadãos ideais nos países para onde emigramos”.

Afirmou ela com um sorriso caloroso. Terminada a sua missão, regressou a Portugal onde adquiriu experiência, tendo-se revelado como um recurso de grande valor para os decisores políticos portugueses. Ela espera colocá-los em prática através do cargo político para o qual ela está a concorrer nestas eleições.

Ela e o Dr.José Cesário ambos candidatos da Aliança Democrática no círculo eleitoral Fora da Europa, queriam aprofundar algumas ideias e medidas práticas com alguns eleitores e com o Corriere Canadese (Correio Canadiano, edição portuguesa). Sem falsa modéstia, “deram mais do que receberam”.

José Cesário é uma personalidade política experiente que serviu o seu país e os portugueses na Diáspora em diversas funções.

– “Não se deixa de ser português simplesmente por deixar a pátria e partir à procura de um estilo de vida econômico mais gratificante noutros locais, como membros da realidade portuguesa que vivem no estrangeiro,continuam a ter o direito ao acesso que a nossa cidadania nos dá e a dignidade que está associada ao nosso Parlamento eleito” afirmou com convicção.

– Em teoria e como objectivo político,parece-me muito atraente mas como levar isso a prática? 

Perguntei-me .

Quase em simultâneo e parecendo ler a minha mente, Cesário e Medeiros intervieram com o que parecia mais do que lógico: 

-”Tal como os vossos representantes da comunidade italiana, a nossa diáspora tem o direito de votar para o Parlamento Nacional; de acordo com a Convenção de Genebra de 1981, podemos manter a [dupla] cidadania mesmo quando emigramos; mas os governos optaram por nos restringir”, disseram.

“Queremos que essa cidadania seja restaurada. Os netos daqueles que a perderam em 1981 deverão poder recuperar-la bem como todos os benefícios associados, incluindo o acesso aos recursos disponíveis para quem deseja aproveitar os programas de formação e culturais à disposição dos cidadãos em qualquer lugar”, afirmaram em uníssono e entusiasmados.

O trabalho terá que ser feito em estreita colaboração com as agências e instituições da “linha da frente” de Portugal.

Parlamento – Serviços Consulares e Culturais no estrangeiro. A experiência de Medeiros nesse sentido seria de enorme relevancia. Cesário é um viajado experiente/defensor da “Marca Portuguesa” em todo o mundo. Ambos possuem experiência prática que valida sua perspectiva.

Precisarão também de resistência e dedicação para servir a Diáspora (aproximadamente 1,5 milhões de habitantes), cidadãos registados em dois círculos eleitorais fora de Portugal, cerca de 50% deles fora da Europa.

Cada circulo elege dois deputados. Cesário e Medeiros optaram por concorrer à eleição pelo círculo eleitoral fora da Europa, que inclui:Macau,África do Sul, Angola, Namíbia, Brasil, Argentina, Canadá, Estados Unidos (de certeza que esqueci algum)

… É uma tarefa formidável. Eles estão prontos.

Na foto acima, a partir da esquerda: José Dias, José Cesário, Joe Volpe, Maria Alzira Lima, Paola Madeiros e Carlos Lima; aqui abaixo, da esquerda: Volpe, Cesário e Madeiros

Artigo de Hon. Joe Volpe

Traduçao: Carlos Lima